Gestão financeira para médicos autônomos: o que é e qual a importância

A gestão financeira é responsável pelo acompanhamento e análise do cenário administrativo de negócios em determinado setor, para evitar gastos desnecessários e dívidas.

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Para médicos autônomos, a importância da gestão financeira é ainda maior, porque ela promove equilíbrio de despesas. Isso significa que as contas ficam em dia e é possível fazer uma reserva de emergência que pode ser revertida para investimentos.

Além da renda que não é fixa, outros desafios para médicos autônomos que querem fazer a gestão financeira são a dificuldade em separar despesas pessoais das profissionais, ter fluxo de caixa e terceirizar serviços, caso necessário.

Organização das finanças pessoais e profissionais

Como adiantamos, é um desafio para médicos autônomos separar caixa pessoal e profissional, seja por falta de conhecimento ou de tempo para a gestão financeira.

No entanto, é de vital importância a separação de recursos, para que o médico autônomo não chegue a um descontrole financeiro.

Recomenda-se a abertura de uma conta bancária (PJ) e a determinação de um salário mensal a ser resgatado. Outra prática importante é a abertura de um livro-caixa, documento no qual se catalogam as receitas e as despesas relacionadas aos serviços prestados, o que facilita na hora de separar contas a pagar e a receber, e eliminar gastos desnecessários.

A seguir, trazemos mais algumas dicas sobre gestão financeira para médicos autônomos.

Controle de honorários e pagamentos

É necessário ter um bom sistema para controle de pagamentos que registre todas as transações financeiras, além de gerenciar recebimentos de pacientes e convênios, com organização de tipo de pagamento e data.

Outro ponto é a precificação eficiente dos serviços médicos, a partir da análise de custos (fixos e variáveis), despesas e margem de lucro.

Tributação e planejamento fiscal

O planejamento tributário é essencial para facilitar auditorias e evitar itens como a bitributação. Uma dúvida comum entre profissionais é sobre o regime tributário mais adequado para médicos autônomos.

Geralmente, trabalhadores sem vínculo empregatício devem pagar os seguintes impostos, calculados a partir da remuneração mensal:

  • IRPF — Imposto de Renda Pessoa Física, com alíquota de até 27,5%;
  • INSS — Contribuição Previdenciária, com alíquota de 20% para pessoa física e 11% para pessoa jurídica.

Se o médico autônomo for pessoa jurídica, também está previsto o pagamento do Imposto sobre Serviços (ISS), com alíquota entre 2% a 5% do faturamento mensal. Quem faz esses descontos é o contratante, quando o autônomo emite o Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) referente aos serviços prestados.

Recuperação de valores pagos a mais ao INSS: Médicos que têm dois ou mais vínculos empregatícios simultâneos podem acabar contribuindo ao INSS acima do teto. A boa notícia é que esses profissionais têm o direito de recuperar os valores pagos a mais nos últimos 60 meses. A recuperação é feita com correção pela taxa Selic, garantindo que o médico receba de volta o que foi pago indevidamente.

Investimentos e previdência

Investir parte do salário é essencial para a gestão financeira, pois a reserva de emergência é uma garantia para lidar com possíveis imprevistos e ter recursos para eventuais compras para prestar seu serviço com mais qualidade.

Dito isso, é recomendável analisar seu perfil de risco para investimentos. Caso seja mais conservador, pode ser interessante aderir a títulos do tesouro direto ou fundos de renda fixa, por exemplo. Se o seu perfil é arrojado, algumas opções são ações e fundos de investimento.

Além disso, investir parte de sua receita colabora para planejar a aposentadoria, a partir da análise do quanto deseja ganhar no futuro. Neste sentido, vale pesquisar sobre planos de previdência privada, com opções adequadas a investidores mais conservadores e arrojados.

Gestão de dívidas e créditos

Para médicos autônomos, o controle de dívidas é essencial para a gestão financeira. Se possui débitos a pagar, é urgente quitá-los para realizar investimentos.

Caso as contas estejam em dia, é necessário usar o crédito com consciência e evitar endividamentos. Não é demais lembrar que o Brasil possui uma das taxas mais altas de juros reais, com impacto direto no crédito. Por isso, recomendamos que você saiba sua capacidade de pagamento de financiamentos e empréstimos, pesquise muito bem as modalidades de crédito disponíveis e, claro, fuja ao máximo de opções com juros altos.

Controle de custos profissionais

Uma boa gestão tributária permite que o médico autônomo compreenda as despesas associadas à atividade médica. Com uma gestão eficiente, é possível planejar investimentos de forma estratégica e identificar oportunidades para a redução de custos. Para tanto, a ajuda de contadores é recomendada.

Planejamento de carreira e expansão

Planejar a carreira também tem a ver com a gestão financeira, em vista que, ao buscar opções de crescimento profissional, como um MBA e cursos de aprimoramento, o médico passa a ter mais autoridade de mercado e pode cobrar mais por oferecer serviços diferenciados.

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